
Fábio Oliveira Santos
Outro dia enquanto corria para um lado e para outro acabei por encontrar uma senhorinha meio que perdida, não era perdida do jeito que não se sabe para onde vai, mas é perdida no sentido que não sabe o que fazer.
O encontro foi meio que por acaso, daquelas coisas que acontecem por obra do destino e jamais conseguiríamos planejar. Dizem que esses eventos são únicos. De maneira tranquila e devagar caminhamos, nos dirigimos para um banquinho que estava a alguns metros de distância.
Durante algum tempo contou-me sua história. Ouvi atentamente! Disse que estava só, todos de sua “família deitaram-se aos braços do eterno”, são felizes de uma maneira que aqui não poderiam. Ela aguardava o momento de união. Mesmo perdida, ainda serena.
Há pouco havia perdido seu último vínculo que a acompanhou durante grande parte de sua jornada. Aposentados, dividiam os momentos em viagens e a conhecer o Brasil que não conheceram em outros tempos. Companheiros que se planejaram para esse fim! A previdência sempre foi recorrente no pensamento dos jovens. Jovens com mais de 30 anos, disse.
Ficamos silenciados! Sem dizer mais nada, se despediu e disse: sou muito grata com o que fizemos e conquistamos, vivo contente, mesmo só. Sou amparada. Não consegui dizer nada. Despedimo-nos e seguimos em direções opostas.
Fiquei com a sensação que quero ser assim.